Escrever a monografia e deixar o seu conteúdo dentro dos laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) era pouco para Felipe Hörlle de Oliveira, 26 anos. Preocupado com o caráter prático de seu projeto, o estudante de Engenharia de Materiais, hoje mestrando, trocou a pesquisa de novas tecnologias para a construção civil por uma inovação.
Inspirado em projetos internacionais e estudos de substituição de fibras sintéticas por fibras naturais ou híbridas, ele desenvolveu a Bamboo Bike. O quadro (parte responsável pela sustentação das bicicleta), que normalmente é feito de alumínio, aço ou outro metal, ganhou bambu tratado sem produtos químicos e amarrações de sisal. Aros, rodas e guidão foram reaproveitados no protótipo que pode vir a ser comercializado.
A pesquisa de Oliveira apontou vantagens que fizeram com que o bambu e o sisal fossem os escolhidos para desenvolver a ideia. Típico de áreas tropicais, o bambu cresce muito rápido, podendo atingir até 30 metros entre três e seis meses, tendo, assim, um bom aproveitamento da área ocupada. Além disso, é responsável por liberar até 35% a mais de oxigênio na atmosfera do que outros vegetais. Um hectare de área plantada consegue capturar entre 12 e 17 toneladas de carbono por ano.
Considerando resistência e rigidez, as propriedades do bambu superam as da madeira e do concreto, e o sisal também é considerado uma das fibras vegetais mais duras que existe. Com preço estimado de R$ 70, o quadro de bambu pesa o mesmo que o quadro tradicional, mas ainda deve evoluir.
Obstinado com a relação ecoeficiência e cotidiano, Oliveira está trabalhando agora em um guidão especial feito a partir de fibras híbridas para a prática de triatlon.
foto Henriette Hörlle.
5 comentários:
Parabéns para o Felipe de Oliveira, precisamos de gente assim consciente e competente. E parabéns para o Mateus porque divulgar trabalho sério é importante.
Valeu!
Inovação é sempre bem-vinda e tem que ser divulgada.
Achei legal! Os pneus tb são feitos de material reciclado?
Obrigado ao Mateus por divulgar o meu trabalho,e aos comentários, encontrei por acaso no Google. Essa foi uma matéria feita ao caderno Nosso Mundo Sustentável - ZERO HORA. Agora no mestrado estou trabalhando com fibras naturais e o resultado está sendo muito bom. Espero incentivar cada vez mais o pessoal a seguir esse caminho "eco". Respondendo a Glenda: os pneus não são de material reciclado ainda.
Forte Abraço
É um trabalho de muito valor. Aquele que valoriza o meio ambiente sabe a importância da vida e compreende que o respeito vai muito além de uma boa educação. Parabéns a esse guri, que ainda nos apresentará muitos trabalhos como este.
Agora uma pergunta: será q vai existir uma corrida de bikes de bambu? ;)
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