sábado, 31 de maio de 2008

Fundação Iberê Camargo - A Escolha

Sempre me perguntei o porquê da escolha de Alvaro Siza pra projetar a FIC. A minha primeira impressão sobre a escolha, foi daquela de que o que vem de fora é melhor. Tantos arquitetos bons no País e no Estado, qual a intimidade do cara em vir ao Rio Grande do Sul cravar uma bandeirinha lusitana às margens do Guaíba? Bueno. O assunto foi morrendo, perdendo destaque pra mim, até que um dia me apareceu uma excelente matéria na revista Piauí, do Fernando Serapião, intitulada "Fortaleza da Solidão". Abaixo dou um crtl+C crtl+V no parágrafo que fala da escolha do Siza.

..."O primeiro passo prático para a criação da fundação foi dado no mesmo dia em que Iberê foi enterrado. Ao voltar do cemitério, Gerdau ligou para Prestes e disse: “temos que levar adiante a idéia da fundação. Não podemos deixar isso morrer com o Iberê”. A fundação foi instituída oficialmente em outubro de 1995, com a doação da coleção de Maria e o aporte financeiro de Gerdau. Apesar de não constar da pauta, a construção de uma nova sede foi um dos assuntos discutidos na primeira reunião da diretoria, que contava com cinco componentes: Maria (presidente de honra), Jorge Gerdau (presidente-executivo), Ronaldo Brito (diretor de patrimônio), Justo Werlang (tesoureiro) e Cristina Soliani (secretária-geral). Foi Cristina Soliani quem teve a idéia, já nessa reunião, de construir uma sede para a fundação. E sugeriu que ela fosse projetada por Niemeyer. O empresário e colecionador Justo Werlang não gostou da idéia. Ele disse depois a Gerdau que seria melhor contratar um arquiteto estrangeiro. Em 1998, entrou em cena o engenheiro José Luís Canal. Com doutorado em arquitetura e professor de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele era consultor da Gerdau para construções especiais. Ele selecionou dez arquitetos estrangeiros, que estavam se destacando por fazer museus, para apresentar suas obras à diretoria da fundação. Os diretores escolheram três finalistas, todos componentes da ala silenciosa: Siza, o espanhol Rafael Moneo e o americano Richard Meier. Canal visitou os três — no Porto, em Madri e Nova York —, para sondá-los. “A escolha foi natural e óbvia”, diz Canal. “A relação com Siza foi crescendo, e foi ele quem demonstrou mais interesse pelo nosso prédio.” Na época houve boatos de que o principal motivo da escolha foram os honorários de Siza, supostamente mais baixos do que o dos concorrentes. “Isso é mentira, todos cobram na mesma faixa”, protesta Canal. Para Gerdau, o lusitanismo pesou. “A proximidade com os 500 anos do Descobrimento nos induziu a achar que estávamos no caminho certo”, diz ele. Já Maria é categórica. “Fui eu quem o escolhi e acho que acertei”, diz ela, deixando clara a preferência pelo conterrâneo de seus antepassados do Porto."...
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Depois desse parágrafo, consegui compreender o que se passava na cabeça dos figuras. Faltou só um detalhe no texto: Por que o descarte inicial do Oscar? Tipo: Não quero e pronto? Fiquei imaginando o que o velhinho iria propor. Admito que a fase 90/100 anos não me agrada. Só tem grife. Projetos áridos, sem identidade com as cidades, escalas monumentais e orçamentos faraônicos. Jura que ele conseguiria fazer algo naquele naco de terreno que deram pro Siza! Iria aterrar uma parte do Guaíba e desmatar o restinho de mata nativa!
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Não se pode negar que Porto Alegre, com a escolha do arquiteto lusitano, vai figurar nas manchetes internacionais. O único país das Américas a ter um Siza. Rendeu o prêmio Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002, e será um referencial arquitetônico não apenas para Porto Alegre, como também para o Brasil.

Depois também tem: O que Moneo ou o Meier fariam no lugar do Siza?

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fundação Iberê Camargo - O início

Hoje é um dia especial. O dia 30 de maio de 2008 marca a inauguração da nova sede da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.
O novo prédio promete transformar a Capital gaúcha em referência nacional - e internacional - no campo das artes, da museologia e da arquitetura. Prova disso foi a matéria especial no The New York Times http://www.nytimes.com/2007/08/05/arts/design/05ouro.html?_r=1&pagewanted=1&sq=iberê&st=nyt&scp=1&oref=slogin

O projeto (polêmico, pelo bairrismo gaúcho - digno de outro post) é do arquiteto português Alvaro Siza, um baita profissional que, segundo ele, não admite rótulos. Busca o novo, sempre contrastando com o branco, releitura que utiliza pela lembrança das vilas de Portugal. A cor foi usada de propósito: para dar destaque às obras de Iberê Camargo. Confesso que no início achava estranho, sem uma identidade. Mas depois fui descobrindo aos poucos os porquês da obra.

A idéia é que haja um diálogo entre o que se expõe e o próprio espaço”, disse Siza.

O legal de tudo - e esse é o motivo do post - é que seu escritório projetou não apenas o prédio, mas todos os móveis e a sinalização interna do museu. O desenho das luminárias também é do arquiteto, ou seja, a arquitetura completa, pensada desde a interferência urbana, interagindo vegetação nativa e rio de forma harmônica, até o detalhe da comunicação visual, no final a obra toda se complementa, conversa. Coisa que prezo e pouco considerada pelos clientes.

A visitação é gratuita! Parada obrigatória na próxima ida a Porto Alegre, de preferência no final da tarde, e olhar o espetacular pôr-do-sol do Guaíba.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A Letra

Atendendo a pedidos (familiares), coloco a letra da música do Nei Lisboa (e Augusto Liks), que dá nome ao blog. O cara é bom, escreve do jeito que gosto. Sutís ironias com dupla interpretação nos versos. Coisa pra poucos.







segunda-feira, 19 de maio de 2008

15 minutos

No meio do ano passado (2007), recebi um convite de trabalhar uma linha de móveis, pra uma indústria aqui de Joinville. Desde guri, a arte de gerar um móvel me chamava a atenção, pois meu avô paterno, entre outras tantas qualidades, era um exímio marceneiro. Pra variar, com uma grande dose de nostalgia, me atirei na empreitada.
O resultado apareceu rápido, entre conversas, croquis, projeto, redesenho, protótipos, redesenho, redesenho e a feira para lojistas, foram seis meses de uma experiência muito boa. Uma escala diferente do qual havia trabalhado. Conhecer o processo inteiro. Mergulhar na idéia. Aliar a proposta do rústico, a imponência e o material diferenciado foi único.
Depois, de fevereiro até final de abril, foi produção e distribuição. Em maio, o trabalho começou a ficar conhecido. Alguns resultados do trabalho estão nesses links:

Informativo Univali (apesar de alguns erros, vale o registro!)

Caderno Morar - Jornal A Notícia (Grupo RBS)

Revista premier ed. 19 (sessão bate-papo ecologia)

Algumas lojas também colocaram em seus anúncios fotos com os móveis.
Por enquanto, essas reportagens só me encheram o ego. Pra encher os bolsos ainda falta muito trabalho.
Depois, quando alguém me ensinar, vou adicionar algumas imagens (com espaçamentos, alinhadas e tal!).


O COMEÇO

E aí pessoal.
Acredito ser aqui, um novo momento na minha vida. A CRIAÇÃO de um blog! Vai ser um desafio compartilhar minhas andanças cibernéticas e as pequenas façanhas que tenho feito. Já aviso que a atualização não vai ser o forte do blog! Sou totalmente amador nesse tipo de coisa (se vê pelo layout padrão!).
O título do blog, ainda provisório, me apoderei do título de uma música do Nei Lisboa, de 1970. Pra internet, nada melhor... conhecimento ao meu alcance, sem gasolina! Apenas com uma banda nem tão larga assim.
Algumas considerações iniciais:
- A fonte Trebuchet, minha fiel escudeira, vai marcar presença aqui também.
- A trilha desse primeiro post é jota quest!
Bueno, pra começo, acho que já escrevi demais! :p
Vou fazer o impossível pra tornar esse espaço cheio de coisa fina, elegante e sincera... bã
Obrigado pela visita. Volte sempre!
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