domingo, 24 de agosto de 2008

Sobre medalhas, incentivos e cobranças

As olimpíadas acabaram, e agora começam a aparecer os comparativos...



Nunca na história desse país (parafraseando o nosso guia) se gastou tanto com o esporte olímpico, segundo o jornal O Globo - leia no blog do Rubens.

Nos quatro anos, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e as confederações receberam R$ 692,58 milhões de patrocínio de empresas estatais e dos recursos da Lei Piva. Bem mais que o dobro das verbas destinadas ao ciclo de Atenas-2004, no qual foram gastos cerca de R$ 280 milhões e conquistados cinco ouros, na melhor campanha da História. O negócio da China custou caro à União: cada medalha, exceto as do futebol, já que a CBF não recebe dinheiro público, saiu a R$ 53 milhões.

Li esse texto e me lembrei de outro, que falava dos salários atrasados da ginasta Jade Barbosa.

Segundo a reportagem de O Estadão, de SP "... Jade Barbosa sofre com a falta de incentivo financeiro. O pai da ginasta, César Barbosa, revelou que ela está sem contrato com a Confederação Brasileira de Ginástica e não recebe salários desde janeiro. E o Flamengo, clube que defende, também não tem feito os pagamentos combinados. A CBG teria oferecido salário de R$ 250,00 mensais, mais R$ 100,00 como "ajuda de custo" para Jade. "Não entendo como um país que quer sediar a Olimpíada trata seus atletas como cachorros", disse o pai de Jade..."

Agora, como a Ginática Olímpica não ganhou nenhuma medalha, a idéia é encerrar o centro de treinamento, baseado em Curitiba PR. Inacreditável!



Onde vai parar essa grana toda???

Depois vem a Globo, Galvão Bueno e a opinião pública cobrar esses atletas. A gente vê o incentivo maciço da mídia e fica arrasado quando uma equipe ou um atleta perde, ainda nas classificatórias.

Me admiro que esses atletas venham a público pedir desculpas à população. Passam dificuldades durante quatro anos, com falta de equipamentos e se adequando com o que tem para treinar, pro povão se lembrar só nessa época que existe Wazari, Ippon, duplo twist carpado...
Pelo jeito que são tratados a maioria dos atleta antes das olimpíadas, sem incentivos e patrocínios, só o fato de estarem lá já é uma vitória. E ainda tinha o onipresente Galvão Bueno tendo orgasmos torcendo para o nadador americano M. Phelps - uma coisa constrangedora.

O Panamericano do Rio de Janeiro nos deixou com uma falsa esperança de Potência Olímpica. Agora temos certeza de que não somos merecedores desse evento em 2016.

7 comentários:

eliana pires de souza disse...

pqp... é real mesmo, uma merda pensar em como poderiam ser as coisas se toda essa grana chegasse onde deveria estar, nesse caso e em tantos outros projetos desviados na maior cara dura...

Unknown disse...

Concordo com tudo, mas ainda acho que aquele irmão da outra ginasta deveria ter ficado de bica fechada...pedir desculpas ao Brasil é, no mínimo, ridiculo. Acho que ele precisa além de incentivos, de um psicólogo!

Anônimo disse...

Cara, eu discordo, tambem acho ridiculo o fato de pedirem desculpa, mas se formos olhar por esse lado tem paises muito mais pobres do que o nosso disparados na nossa frente no quadro de madalhas, portanto acho que a questão é mais que financeira... o brasileiro nasceu pra ser perdedor... fico p. com reportagens como uma uqe vi no fantástico dizendo que existem vários tipos de vencedores comparando o Phelps com algum oitavo colocado brasileiro. Vencedor é só 1, o que tá lá no topo, o resto vem atrás, mas por termos essas cultura podre que induz a mediocridade, mesmo quem tem potencial, na hora fica sem vara, ou machuca o tornozelo, acidentes acontecem, mas ficar chorando por causa disso é coisa de perdedor... enquanto isso os africanos que passam fome e sede estão bordando seus peitos de ouro.
Eu acho que o Brasil tem sua culpa nisso por todos os problemas que a gente conhece, mas o brasileiro, povo com alma de boi, tem muito mais culpa nisso.

mateussz disse...

Sobre os países mais pobres que são "recheados" de ouro, é pelo tipo físico. Geralmente essas nações são africanas e ganham muito no atletismo. Acho desproporcional tu jogar uma olimpíada inteira para ganhar uma medalha, caso dos esportes coletivos.
Os individuais se pode ganhar várias medalhas, caso do Phelps.
Mas isso não invalida o péssimo retrospecto do Brasil. É uma questão de investir nos esportes certos, ou seja, tem que ter visão estratégia na hora de escolher. Quantidade ou qualidade?

Guilherme Moraes disse...

País sem educação = País sem medalhas...nada mais a declarar.

Anônimo disse...

eu sigo concordando... e enquanto vibrarmos com a prata, o bronze, ou com o oitavo lugar, não seremos um pais recheado de ouros... phelps é americano, o pais é rico e tudo mais... mas ele, quando terminou a olimpiada de Atenas colocou a meta de ganhar 8 medalhas de ouro, desde aquele dia ele treinou TODOS os dias, TODOS, acho que 6 horas por dia se não me engano, ou seja, por trás de todas essas madalhas tinah uma meta e um compromisso de atingir essa meta, já brasileiro vai pra lá pr afazer festa, pra filar uns patrocionios, pra aparecer na globo, e o que der deu, salvo raras exceções, lembro do Vanderlei na Olimpiada passa, aquilo é estar comprometido com o fim, e nào com os meios... nessa olimpiada nào me amocionei nenhuma vez com os brasileiros... tá faltando colocar sentido nessa busca, se comprometer e terceirizar menos as culpas... se o governo não ajuda, o que cada um pode fazer por si? talvez isso fizesse diferença lé em Pequim

mateussz disse...

Pra alimentar um pouco mais a discussão, li na Veja da semana passada, na coluna do Mainardi o seguinte:
"O Brasil fracassa no esporte pelo mesmo motivo
por que fracassa como país: temos uma sociedade
acovardada, fujona, avessa à luta. Tudo aqui é feito
para desestimular a disputa, para reprimir o desafio
pessoal, para amolecer o caráter"

Muito bom o artigo. Fala exatamente o que estamos discutindo. Valores e pátria.
Vale a pena: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/270808/mainardi.shtml

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